sábado, 15 de fevereiro de 2014

A Meditação Cristã e o Desenvolvimento das Crianças na Modernidade

A Meditação Cristã pode ser uma importante aliada no desenvolvimento integral da criança, apoiando o resgate da relação da criança com o tempo, com o sagrado e com a fé. Outrossim, a meditação pode ser aplicada num contexto secular, independente de qualquer vínculo religioso.

Assista ao vídeo e saiba mais:


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

A Experiência da Meditação Cristã na Liga Solidária e no Contexto Escolar

Considerando os 4 Pilares da Educação da UNESCO. A implantação do projeto de meditação cristã junto as escolas e ONGS tem um importante papel dentro do pilar "Aprender a ser".

sábado, 1 de setembro de 2012



O que as crianças falam sobre a meditação?



*Para assistir ao vídeo com legendas em português, clique no ícone "select language" e selecione "portuguese".



Como nasceu o Projeto Brincando de Meditar?


Para contar como nasceu o Projeto Brincando de Meditar, gostaria de resgatar alguns pontos da minha trajetória de vida. Nasci em uma família católica, estudei parte da minha infância num colégio católico, contudo por volta dos 23 anos tive uma crise com a igreja católica. Achava algumas pessoas da comunidade incoerentes e me sentia distante de Deus. Além disso, sentia falta de uma dimensão mais contemplativa na minha vida espiritual. Foi nesse período que iniciei a busca pela meditação e a encontrei no Budismo. Frequentei o Budismo por 2 anos e nesse período me encantei com a prática meditativa. Achava maravilhoso o conceito do Bodissatva, atingir a iluminação para ajudar os outros e libertar os seres do sofrimento. Todavia, ainda faltava algo... A filosofia budista era muito rica, mas não existia a figura de Cristo e a visão espiritual era um pouco distante da que eu acreditava. Então, encontrei a Meditação Cristã e a partir daí iniciou-se um dos períodos mais ricos da minha trajetória espiritual.

Posso dizer que até então tinha uma visão conceitual de Deus, por meio do que tinha aprendido com os livros, catequese e outras formas de conhecimento. Estava preparada para responder a primeira pergunta que Jesus faz aos seus discípulos: "Quem as pessoas dizem que eu sou?", mas não estava preparada (e acho que essa é uma pergunta que certamente não será totalmente respondida nessa vida)  para responder a segunda pergunta: "E vós, quem dizeis que eu sou?". Todavia, por meio da meditação cristã, me aproximei da experiência de Deus e é apenas por meio da experiência que conseguimos, pelo menos tentar, responder essa segunda pergunta. A relação com Deus foi substituída pela comunhão com Deus. A comunhão e unidade com Deus nos leva a enxergar a vida de outra forma e a vivermos com base na nossa essência. O momento presente é inundado de significado e transcendemos nosso ego para ir em direção ao outro.  


Atualmente, passamos por uma crise da religião (principalmente na tradição católica) e cada vez mais as crianças e jovens se afastam dessa esfera. Isso provavelmente pode ter acontecido porque o significado original da palavra religião (religare) ligado a nossa reconexão com Deus e nossa essência foi substituido por uma visão dogmática e um sistema engessado de crenças. Certa vez, perguntaram para Carl Jung se ele acreditava em Deus e ele respondeu: "Não, eu conheço Deus". Acreditar depende da crença, conhecer depende da experiência.


Por um lado temos Karl Marx dizendo que a religião é o ópio do povo e Freud classificando-a como uma neurose. De outro, temos John Main e Laurence Freeman, dizendo que a religião nos leva a uma nova unidade e ao que somos chamados a ser. Temos Dalai Lama dizendo que a verdadeira religião é aquela que nos torna uma pessoa melhor.  E Rumi, místico islâmico que diz : minha religião é estar vivo no amor. Todos podem estar corretos, dependendo da forma como nos relacionamos com a religião. E só a experiência poderá nos ajudar a entender essas interpretações.


Numa sociedade orientada para o lucro, desenvolvimento tecnológico e estímulos distrativos, recuperar a dimensão contemplativa pode ser um excelente meio de formar indivíduos mais conscientes e socialmente responsáveis. Por isso, que acredito na importância desse projeto para a sociedade. Um futuro melhor não está ligado ao desenvolvimento de crianças "super-dotadas"ou de QI elevado, mas sim ao florescimento de crianças conectadas a sua essência e com sensibilidade e abertura ao outro. Se levarmos a sério a frase de Karl Mannheim que diz "o que se faz agora com as crianças é o que elas farão depois com a sociedade", fica nítido a necessidade de uma mudança de orientação. Fazendo uma analogia a Platão, grande parte das instituições ainda tratam as crianças como um depósito de informações e esquecem que por trás delas existe uma alma para se educar. O maior presente que podemos oferecer às crianças é estimular sua mente aberta, seu coração cheio de compaixão e sua criatividade vibrante. Segundo a Dra Peggy Joy Jenkins, fundadora da Joyful Child Inc, "crianças que desenvolvem um equilíbrio saudável entre mente e espírito são mais capazes de responder aos desafios da vida quando têm acesso a instrumentos que lhes permitem pensar e descobrir por si mesmas." A meditação é uma das formas de estabelecer esse equilíbrio. 



Taynã Malaspina Bonifácio
Idealizadora do Projeto Brincando de Meditar
Noviça Oblata da Comunidade Mundial de Meditação Cristã


* O projeto Brincando de Meditar foi inspirado no Projeto Coming Home desenvolvido por Ernie Christie com apoio da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã, aplicado em escolas da Austrália e do Reino Unido.