Meditação


O projeto Brincando de Meditar foi inspirado pelo programa "Coming Home" conduzido por Ernie Christie na Austrália e apoiado pela Comunidade Mundial para a Meditação Cristã, que segue os ensinamentos de John Main e Laurence Freeman.

A meditação é uma sabedoria espiritual universal que, no silêncio, imobilidade e simplicidade, conduz-nos da mente para o coração. Possui muitas expressões e nomes. Na tradição cristã é também chamada de oração do coração ou oração contemplativa.


Ao permitir que as crianças experimentassem a meditação, John Main acreditava que elas iriam descobrir seu "eu verdadeiro" na participação da verdadeira realidade de Deus.
Um programa de Meditação Cristã tem como objetivo ensinar as crianças a encontrar Deus no silêncio, quietude e simplicidade. Ou como o Antigo Testamento diz: "Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus."

As crianças já possuem uma capacidade natural para a meditação.

Importante

Apesar de ser um programa com orientação cristã, a comunidade possui uma postura aberta e favorável ao diálogo inter-religioso, o que possibilita a aplicação adaptada em locais de orientação não-cristã e até mesmo não vinculados a qualquer instituição religiosa. Afinal, como dizia Dalai-Lama: "A verdadeira religião é aquela que nos faz pessoas melhores." O objetivo maior é desenvolver a espiritualidade e a dimensão contemplativa nas crianças, independente do sistema de crenças.


Premissas Básicas

Como professores/facilitadores da Meditação Cristã temos que assumir algumas suposições sobre o desenvolvimento espiritual das crianças. São elas:
1. Reconhecer que cada criança nasce como um ser espiritual;
2. Estar preparado para lidar com e ao lado da criança;
3. Escutar o que a criança tem a oferecer;
4. Honrar cada relação da criança com o divino;
5. Sempre tentar fazer da experiência da meditação algo positivo;
6. Nunca julgar a meditação da criança;


Fonte: http://www.cominghome.org.au/

A Característica Universal da Meditação

A meditação é uma disciplina espiritual universal que é central a maioria das religiões mundiais e tradições da sabedoria. Existem muitas formas diferentes de meditação nessas várias tradições, todas igualmente válidas, à sua própria maneira. Todas elas enfatizam a prática e a experimentação, ao invés da teoria e do conhecimento.


Origem da Meditação Cristã

Trata-se de uma antiga e autêntica disciplina no cristianismo, ainda que, às vezes, isso possa parecer um dos mais bem guardados segredos do cristianismo. Jesus ensinava a contemplação e é por essa razão que essa maneira de orar floresceu, especialmente no século IV, entre os Padres e Madres do deserto, que viviam com base nos exemplos de Jesus no Egito e na Palestina. João Cassiano relacionou os ensinamentos deles em seu livro intitulado Conferências. Foi nesses textos que John Main redescobriu a tradição e a tornou acessível a todas as pessoas, chamando-a de Meditação Cristã. 

Trata-se também de um caminho de oração estabelecido muito antes da Reforma e da cisão entre o catolicismo romano e o cristianismo ortodoxo oriental. Trata-se, portanto de uma bela via ecumênica em que oramos juntos.

Todos os caminhos de oração são válidos, mas a meditação é a dimensão perdida de grande parte da atual vida cristã. Ela não exclui outros tipos de oração e, na verdade, aprofunda a reverência pelos sacramentos e pela Escritura. 


Como John Main descobriu a meditação?

John Main entrou em contato com a meditação a partir da tradição universal, quando servia no Serviço Colonial Britânico na Malásia. No curso de suas obrigações, ali ele se encontrou com Swami Satyananda, o fundador do Pure Life Society, que tinha uma vida de imensa generosidade e profundidade dedicada ao serviço aos outros. 

John Main ficou impressionado com a serenidade e a santidade daquele monge e, terminadas as suas funções oficiais, eles começaram a conversar a respeito da oração, especialmente acerca da maneira pela qual Swami repetia um mantra ao longo de todo o período de meditação. Logo em seguida John Main se surpreendeu perguntando aquele homem se ele, como cristão, poderia aprender a orar dessa maneira. Rindo, Swami disse-lhe que isso só poderia fazer dele um cristão melhor.

Muitos anos depois ele redescobriu nos escritos de João Cassiano (monge cristão, Padre do Deserto do século IV) a prática que Swami lhe havia ensinado.













John Main e a Comunidade Mundial para Meditação Cristã

John Main, um monge beneditino, recuperou uma prática meditativa simples da tradição contemplativa do cristianismo e, mais importante, disponibilizou-a para todos. Ele iniciou esse trabalho em 1975, ao fundar o primeiro Centro de Meditação Cristã em Londres. Ao falecer, em 1982, foi sucedido por Laurence Freeman - monge beneditino e atual diretor da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã. Essa comunidade é ecumênica e contemplativa, com forte compromisso para diálogo inter-religioso e com ênfase na conexão entre contemplação e ação.

A Comunidade Mundial para Meditação Cristã está presente em mais de 100 paises. Mais de 2.000 grupos se reúnem semanalmente em lares, igrejas, centros comunitários, hospitais, asilos, escolas, penitenciárias, universidades e locais de trabalho.


O Caminho do Mantra

O caminho prático de meditação que John Main ensinava, é o da fiel repetição de uma frase oração, ou um mantra, como ele o chamava. Ele reencontrou esse caminho de oração nos ensinamentos dos primeiros cristãos, os Padres do Deserto. No século IV eles se retiravam principalmente para o Deserto do Egito, motivados a viver uma vida cristã autêntica, diretamente baseada nos ensinamentos de Jesus nos evangelhos.

A palavra que John Main recomendava é "Maranatha". Ela a escolheu porque se trata da mais antiga oração cristã em aramaico, que era a lingua que Jesus falava. Adicionalmente, a palavra não nos apresenta associações de modo que não será combustível para nossa mente, tão desejosa a continuar a pensar. A repetição fiel e amorosa dessa oração nos leva à imobilidade de corpo e de mente, e nos ajuda a entrar no silêncio que habita no centro do nosso ser.

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